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quinta-feira, 21 de maio de 2015

DIY Velomobile - a transmissão (II_b)

No meu post anterior (podem lê-lo aqui) partilhei convosco algumas das escolhas que tive de fazer para a transmissão do velomobile.

Com o meu kit Bafang, acabo por ter 46 dentes na pedaleira, o que me limita muitíssimo a amplitude de mudanças de que o Velomobile necessita. Se tiverem interesse, podem ver o vídeo seguinte da electricbikereview.com que me esclareceu algumas dúvidas na altura de tomar a decisão de compra.

Este vídeo no Youtube ajudou-me a tomar a minha decisão.
Eles têm centenas de testes a diferentes bicicletas
com kits eléctricos distintos!

Nessa altura equacionei a utilização de cubos de mudanças com 11 ou 14 velocidades. Pensei, ainda nos dual drive (com cassette e mudanças de cubo).

A primeira ideia que me surgiu foi, então, a de utilizar um cubo Shimano Alfine de 11 velocidades.

Fotografia do cubo de mudanças Alfine 11, 
disponível no site www.bike24.com


Nunca utilizei nenhum cubo de mudanças deste modelo, pelo que tive de investigar características, pesos, vantagens e desvantagens. Em conclusão, e com o precioso saber da Cenas a Pedal, constatei que há relatos de pessoas quanto à fiabilidade destes cubos quando comparados com os seus antecessores de 8 velocidades.

Adicionalmente, verifiquei que este cubo é bastante pesado, com 1670 gramas de peso, tem uma amplitude de mudanças relativamente curta e é uma solução bastante cara.

Quanto ao peso, por comparação com uma solução de cassete, o cubo é, pois, bastante mais pesado.

Quanto às relações, neste site encontrei as várias relações do cubo, tendo de seguida criado a tabela que junto abaixo, para poder ter uma ideia mais concreta de quão curta seria a dita amplitude.

Considerando que o kit Bafang BBS01 250watts tem a pedaleira com 46 dentes e considerando, também que o cubo Alfine 11 apenas pode ter pinhões de entrada com 18, 20, 21, 22 ou 23 dentes, considerei aquele pinhão que me confere uma maior capacidade de subir, pois pior do que não andar muito depressa a direito é não conseguir subir. Escolhi o pinhão de 23 dentes.


Pedaleira Pinhão de entrada Rácio interno Rácio de saída Perímetro da roda traseira (26" x 1.75) em mm Km/h
46 23 0,527 1,05 2051 11,7
46 23 0,681 1,36 2051 15,1
46 23 0,77 1,54 2051 17,1
46 23 0,878 1,76 2051 19,4
46 23 0,995 1,99 2051 22,0
46 23 1,134 2,27 2051 25,1
46 23 1,292 2,58 2051 28,6
46 23 1,462 2,92 2051 32,4
46 23 1,667 3,33 2051 36,9
46 23 1,888 3,78 2052 41,8
46 23 2,153 4,31 2053 47,7
Esta tabela tem por base uma cadência muito baixa, de 60 pedaladas por minuto, o que, em bicicletas reclinadas é altamente desaconselhado, por tender a danificar os joelhos por excesso de esforço / força.

Por fim, quanto ao preço, o cubo custa cerca de € 340, mas exige, ainda, uma (re)construção de uma roda traseira para o efeito (habitualmente, num valor de cerca de € 50, se contabilizarmos os raios, o aro e a mão-de-obra), a aquisição de um tensionador de corrente (€ 15), de um manípulo de mudanças (€ 45) e do pinhão de entrada no cubo (cerca de € 7). Ou seja, para além de pesar mais, custa cerca de € 450 sem oferecer uma amplitude de mudanças substancialmente superior a uma cassete de 10 velocidades.

Ficou, portanto, afastada a hipótese de utilizar o cubo Alfine 11.

A outra solução que considerei foi a do cubo Rolhoff de 14 velocidades, muito famoso na comunidade cicloturística, com uma reputação tão inabalável quanto altos são o seu preço e peso.

Mas talvez isso possa ficar para uma próxima mensagem, pois não vos quero maçar mais hoje com pormenores técnicos.



terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Velomobiles (VI) - Waw

O Waw é um velomobile construído na Bélgica pela Fietser.be.


Fotografia do Waw constante do sítio oficial da Fietser.be

O Waw é tão rápido como o Quest, da Velomobiel.nl, mas é parece ser um pouco menos confortável, pois apesar de ser possível instalar uma roda traseira de bicicleta de estrada (700c), este eixo não tem qualquer suspensão. De acordo com o site oficial da Fietser.be, as duas rodas da frente têm a suspensão oriunda da Velomobile.nl, o que lhe deverá conferir algum conforto adicional.



Neste vídeo o dono do Waw refere que em terreno plano 
consegue manter uma velocidade de 35 a 40 km/h, a subir (depende da subida, presumo eu) mantém 
uma velocidade de 15 a 20 km/h e, a descer costuma rolar entre 80 a 85 km/h



O Waw tem uma forma de construção um pouco diferente da dos outros velomobiles, pois é composto de 3 partes distintas enquanto os outros são constituídos em duas partes (parte de baixo e parte de cima): uma parte central, que tem as três rodas e, no fundo, o "habitáculo"; uma parte traseira, que cobre a roda e confere algum espaço de arrumação para compras ou pequenos objectos; uma parte frontal, que consiste essencialmente no nariz do Waw.



Neste vídeo são perfeitamente visíveis os parafusos de união
das três partes do Waw

Uma outra característica diferente na estrutura deste velomobile é a integração de um tecido (aramida) juntamente com a fibra de vidro utilizada, que lhe confere um pouco mais de resistência em caso de acidente, evitando simultaneamente que a fibra quebrada forme farpas.


Nesta imagem constante do sítio oficial da Fietser.be, podemos ver o efeito do embate
na carroçaria do Waw, que contrasta com o efeito de um acidente com o Quest (imagem retirada deste blog)

Em termos de características, que podem ser vistas aqui, saliento apenas que o Waw é muito baixo (mais baixo do que os restantes velomobiles), com apenas 9 cm de altura ao solo. Sendo em todas as restantes medidas, praticamente idêntico ao Quest.

É, contudo, bastante mais leve do que o Quest, pesando 28 kg contra os 34 do Quest!

O Waw tem inúmeras versões disponíveis, podendo escolher-se praticamente todos os componentes que fazem parte dele e podendo, inclusivamente, adquirir uma versão eléctrica.

Quanto ao valor, esse não é disponibilizado pelo fabricante no respectivo website e, mesmo depois de eu lhes ter solicitado a informação por e-mail, não obtive até à presente data qualquer resposta dele...

Actualizarei este post quando - e se - for informado do respectivo valor.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Bicicletas Reclinadas longas e curtas - Vantagens e desvantagens dos vários tipos


Quando comecei a construir a minha reclinada fi-lo para aproveitar muitas peças que me tinham sobrado do triciclo duplo.


Nessa altura fiz imensa pesquisa sobre os tipos de bicicleta reclinada, as principais vantagens e desvantagens de cada uma. É um pouquinho desse conhecimento que proponho partilhar aqui.

Como já tive oportunidade de explicar antes, há vantagens e desvantagens na opção por bicicletas longas (LWB) ou curtas (SWB).

The Recumbent Bicycle

Gunnar Fehlau (The Recumbent Bicycle, Out Your Backdoor, Williamston, 2.ª edição, 2003, pp. 91 e 92) sintetiza-as muito bem da seguinte forma que aqui traduzo livremente para simplificar a leitura:

Vantagens das RECLINADAS LONGAS (LWB):
  • Posição direita com grande visibilidade da estrada;
A Rans X-Stream (uma reclinada
 longa de altas performances)
  • Os pés põem-se no chão com grande facilidade (ver o vídeo que coloquei aqui);
  • Paragens e arranques são fáceis (idem);
  • A linha directa da corrente facilita a utilização de todas as mudanças;
  • Muito boas para transportar bagagens;
  • Carenagens parciais são muito fáceis de montar;
 
Pode ver-se aqui a linha direita da corrente (sem necessidade de qualquer roldana 
que altere o percurso natural da corrente); pode ver-se igualmente 
a carenagem frontal aplicada nesta Easy Racer C-Rush
  • Tem um excelente poder de travagem;
  • Condução em linha recta suave e excelente conforto mesmo sem suspensão;
  • As rodas da frente e de trás servem de zona de absorsão de impacto em caso de acidente (crumple zone).
 Desvantagens das reclinadas longas (LWB):
  • Mais pesadas do que as curtas [como regra geral, pelo menos];
  • Raio de inversão de marcha maior (do que as curtas), direcção menos reactiva ou rápida;
  • A distribuição do peso pode concentrá-lo quase todo na roda traseira, deixando a da frente demasiado leve, podendo levar a escorregadelas desta;
  • Muitas vezes têm uma aerodinâmica medíocre;
  • São de difícil transporte (volumosas).
 
Note-se como esta Easy Racer C-Rush excede a largura do automóvel!
Nos termos do artigo 56.º do Código da Estrada, este tipo de transporte, 
por exemplo, não seria possível: não só excede a largura do veículo como
restringe a visibilidade do condutor e limita a visibilidade 
da sinalização luminosa do automóvel.
Vantagens das RECLINADAS CURTAS (SWB):
  • Existe uma grande variedade de posições de condução de entre as quais podemos escolher;
  • Comportamento mais desportivo;
  • Leveza;
  • Têm o mesmo comprimento das bicicletas "normais";
  • Têm uma aerodinâmica melhorada.
Desvantagens das reclinadas curtas (SWB):
  • A condução a baixa velocidade requer prática;
  • A viagem é mais dura - necessitam de mais suspensão;
  • Por vezes é necessária habituação ao estilo de condução (em particular, o parar e o arrancar);
  • Os assentos muito reclinados tornam muito desconfortável virar a cabeça para trás (para ver o trânsito que circula atrás de nós);
  • Nalguns modelos uma travagem extrema pode levar a que a bicicleta se vire (faça uma "égua");
  • Só geometrias cuidadosamente medidas e comprimentos permitem uma utilização polivalente.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Porque é que decidi fazer uma bicicleta reclinada em vez de comprar uma bicicleta?

Muitas das vezes, quando vou em passeios ou mesmo quando vou dar uma volta sozinho, sou abordado por um ou outro ciclista que me pergunta porque é que ando com uma bicicleta reclinada e não com uma bicicleta de estrada "normal"...

Hoje perguntou-me um médico conhecido porque é que eu tinha uma bicicleta reclinada... Ele percebia a vantagem aerodinâmica da bicicleta e também a óbvia melhoria a nível de ergonomia em relação às bicicletas de estrada comuns (ausência total de esforço ao nível do pescoço, dos pulsos e do... bum-bum).

Mas a pergunta foi muito pertinente: "porquê?"

Naquela altura fiquei um bocado sem jeito, atrapalhado com a frontalidade da pergunta, e não lhe respondi exactamente o que queria ou deveria.

Eu podia debitar aqui mil e uma razões para justificar a escolha, mas a verdade é que foi a vontade de andar de bicicleta em família que me trouxe até ao presente momento (em que estou a ultimar a última versão minha bicicleta reclinada).

Triciclo reclinado tandem em versão looonga; 
ao separarmos as crianças (uma no atrelado e outra na cadeirinha)
as viagens foram um socego, sendo as birras substituídas por cantigas entoadas 
por cada um deles!

Uma ideia que nos agradava muito lá em casa era um tandem. Tivemos de experimentar.

 Sintra 26"

Experimentámos a Órbita Sintra 26" que a RedBikeStore nos cedeu na altura. A experiência foi muito divertida mas muito, muito pouco segura!

Não era tanto o arranque que era problemático. A principal dificuldade estava na forma alfa que ambos queríamos exercer o nosso equilíbrio (impondo-o sobre o do outro); e o resultado era uma rápida tremideira dos selins e do guiador de um lado para o outro.

A experiência foi de tal maneira engraçada que decidimos que queríamos um tandem, mas talvez um em que o equilíbrio não estivesse em causa: um triciclo duplo reclinado!

O GreenSpeed GTT parecia ser o candidato ideal... até que, após uma troca de e-mails, descobri o valor absolutamente exorbitante desta máquina: ~€ 12.000,00!!!

Isso seria impensável e impossível!

Na altura não encontrei nenhuma alternativa... Hoje sei que há, por exemplo, o Rover Tandem, da Terratryke:

Foi por pensar que não existia alternativa que decidi procurar compreender como se faria um triciclo reclinado. Li e voltei a ler o "manual" do Rickey M. Horwitz, Build Your Own Recumbent Trike.

Abreviando a história, acabei por convencer um amigo a soldar as várias peças que eu já tinha recolhido num conjunto que se aproximasse de um triciclo reclinado.

O resultado foi o nosso triciclo duplo reclinado, que aqui aparece numa versão de teste.

 Uma primeira saída de teste...

 Outra perspectiva do triciclo, ainda em fase de testes.

Só que esta versão era um bocado pesada e um bocado elástica demais para o meu gosto e, acabou por se tornar no doador de peças: o BionX PL 250HT SL XL que podem ver aqui, os assentos da OceanCycle, as roldanas da Terracycle (indispensáveis para suportar a força de dois adultos a pedalar), as peças que suportam o movimento pedaleiro, etc...

Uma foto para a posteridade, entre Idanha-a-Nova e Monsanto


 Idem


 
 O BionX aparece aqui em evidência

Entretanto, já depois da decisão tomada, chegou o tubo de aço reforçado com carbono, crómio e molibdénio (Cro-Moly) semelhante ao aço Reynolds que eu pensei que nunca mais chegaria...

Fiquei com 7 metros de aço especial, com um diâmetro exterior de mais de 60 mm (adequado para suportar confortávelmente o peso de dois adultos) empatado...

A consola do BionX perto da mão esquerda.
Fui eu que pedi à CaP que me desse aquele autocolante!
Ainda hoje me pergunto se o Bruno e a Ana não terão ficado
embraraçados de ver o nome do projecto deles 
nas costas do meu banco

Foi nessa altura que decidi avançar para a minha reclinada, reutilizando o que pudesse.

Se calhar deveria ter respondido ao médico de hoje algo tão simples como: porque tinha disponível o material...

Mas acho que ele não iria compreender o que isso significa e não acharia metade da graça!



Low Altitude Flying