Quando comecei a construir a minha reclinada fi-lo para aproveitar muitas peças que me tinham sobrado do triciclo duplo.
Nessa altura fiz imensa pesquisa sobre os tipos de bicicleta reclinada, as principais vantagens e desvantagens de cada uma. É um pouquinho desse conhecimento que proponho partilhar aqui.
Como já tive oportunidade de explicar antes, há vantagens e desvantagens na opção por bicicletas longas (LWB) ou curtas (SWB).
Gunnar Fehlau (The Recumbent Bicycle, Out Your Backdoor, Williamston, 2.ª edição, 2003, pp. 91 e 92) sintetiza-as muito bem da seguinte forma que aqui traduzo livremente para simplificar a leitura:
Vantagens das RECLINADAS LONGAS (LWB):
- Posição direita com grande visibilidade da estrada;
A Rans X-Stream (uma reclinada
longa de altas performances)
- Os pés põem-se no chão com grande facilidade (ver o vídeo que coloquei aqui);
- Paragens e arranques são fáceis (idem);
- A linha directa da corrente facilita a utilização de todas as mudanças;
- Muito boas para transportar bagagens;
- Carenagens parciais são muito fáceis de montar;
Pode ver-se aqui a linha direita da corrente (sem necessidade de qualquer roldana
que altere o percurso natural da corrente); pode ver-se igualmente
a carenagem frontal aplicada nesta Easy Racer C-Rush
- Tem um excelente poder de travagem;
- Condução em linha recta suave e excelente conforto mesmo sem suspensão;
- As rodas da frente e de trás servem de zona de absorsão de impacto em caso de acidente (crumple zone).
- Mais pesadas do que as curtas [como regra geral, pelo menos];
- Raio de inversão de marcha maior (do que as curtas), direcção menos reactiva ou rápida;
- A distribuição do peso pode concentrá-lo quase todo na roda traseira, deixando a da frente demasiado leve, podendo levar a escorregadelas desta;
- Muitas vezes têm uma aerodinâmica medíocre;
- São de difícil transporte (volumosas).
Note-se como esta Easy Racer C-Rush excede a largura do automóvel!
Nos termos do artigo 56.º do Código da Estrada, este tipo de transporte,
por exemplo, não seria possível: não só excede a largura do veículo como
restringe a visibilidade do condutor e limita a visibilidade
da sinalização luminosa do automóvel.
- Existe uma grande variedade de posições de condução de entre as quais podemos escolher;
- Comportamento mais desportivo;
- Leveza;
- Têm o mesmo comprimento das bicicletas "normais";
- Têm uma aerodinâmica melhorada.
- A condução a baixa velocidade requer prática;
- A viagem é mais dura - necessitam de mais suspensão;
- Por vezes é necessária habituação ao estilo de condução (em particular, o parar e o arrancar);
- Os assentos muito reclinados tornam muito desconfortável virar a cabeça para trás (para ver o trânsito que circula atrás de nós);
- Nalguns modelos uma travagem extrema pode levar a que a bicicleta se vire (faça uma "égua");
- Só geometrias cuidadosamente medidas e comprimentos permitem uma utilização polivalente.
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