sexta-feira, 27 de maio de 2016

Andar de bicicleta durante a noite - Equipamento - Luzes de dínamo

Como expliquei no último post, para mim, as luzes, para além de iluminar bem, têm de estar sempre prontas a utilizar e têm de poder ficar na bicicleta quando é necessário deixá-la estacionada ou presa enquanto tratamos da nossa vida. Estes aspectos práticos também garantem que podemos andar sempre que quisermos e durante o tempo que quisermos ou precisarmos. O facto de serem práticas de utilizar também garante que estamos sempre mais seguros.

Sempre que participei em eventos de longa distância, em que se pedalou pela noite e pela madrugada fora, senti que o facto de não ter de me preocupar com a bateria das luzes foi uma grande vantagem: pude concentrar-me apenas em andar de bicicleta.

Com uma solução de iluminação permanente, é só montar na bicicleta e está-se pronto a andar, seja dia ou noite, sem termos de nos preocupar se temos ou não a bateria das luzes carregada; as luzes estão lá e estão sempre prontas a iluminar. 

Na bicicleta de estrada que podem ver abaixo tenho instalado um sistema da Bush & Müller que funciona exclusivamente com um dínamo de cubo (um Shimano Deore XT VR Dynamo T785 100 DH).

 
O dínamo está localizado no eixo da roda da frente.


Este tipo de cubos praticamente não tem atrito quando comparado com os antigos dínamos de garrafa, como os da imagem abaixo.


O dínamo de roda faz parte da própria estrutura da roda, constituindo o respectivo eixo. 


Vista do cubo de roda com o dínamo

Naturalmente, é mais pesado um pouco do que um cubo normal, mas gera 6volt de energia com 3W de potência sem se sentir que a está a produzir e sem qualquer ruído.


Estas são as luzes que tenho utilizado. Na minha opinião, têm ambas muita qualidade e são fiáveis.

A iluminação que tenho na minha actual bicicleta é a 
que consta deste vídeo (a da frente, pelo menos)


Este dínamo alimenta as luzes, sendo que a da frente é responsável por fazer a gestão da iluminação. Esta tem um interruptor com três posições: desligada, luzes de iluminação diurna (daytime running lights) e sensor de iluminação.

Quando se liga a luz da frente, esta  acende imediatamente a de trás e ambas têm uma reserva de energia que as mantém acesas durante uns minutos após a nossa paragem. Este sistema garante que, quando paramos, por exemplo, num cruzamento de estradas.

O material que eu estou a utilizar é o seguinte:
      - Dínamo de cubo de roda - Shimano Deore XT VR Dynamo T785 100 DH
      - Luz da frente - Bush & Müller LUMOTEC IQ Cyo T Plus Senso
      - Luz de trás - Bush & Müller Secula Plus

Na próxima mensagem falarei do estabilizador de corrente E-werk que estou a utilizar em conjunto com as luzes de que vos falei hoje.  

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Andar de bicicleta durante a noite - Equipamento - Luzes de bateria

Na minha opinião, uma das melhores experiências de bicicleta é andar de noite!

Digo-o seriamente. Andar de bicicleta de noite, em especial com companhia, pode ser verdadeiramente libertador.

No entanto, temos de nos precaver contra os perigos que podemos encontrar à nossa frente, bem como os que poderão vir de trás (automóveis, motos ou outros ciclistas mais rápidos e distraídos, por exemplo).

É impossível salientar suficientemente isto: uma boa iluminação é fundamental para se poder circular em segurança.

Falo de iluminação para ver e não necessariamente apenas para ser visto, pois aquelas luzinhas de LED miniatura iluminam muito pouco e, na minha opinião, também pouco vos fazem ser vistos.

Este tipo de luzes de pouco nos vale na maior parte das situações

Até chegar à minha solução de iluminação experimentei inúmeras possibilidades.

Como quase todos, comecei por aquelas luzes de LED que são alimentadas por umas pilhas AAA, mas rapidamente cheguei à conclusão de que necessitava de algo mais forte e com maior duração para andar de noite sem estar preocupado com a possibilidade de as baterias se acabarem antes da chegada...

Este tipo de luzes, normalmente chamados de segurança 
(por não pretenderem sequer alumiar o nosso caminho) é um bom começo mas, na minha opinião, 
não é suficiente para nos trazer segurança e visibilidade à noite.

Entretanto, à medida que me fui apercebendo de que não eram suficientemente estáveis, duráveis e visíveis, fui procurando outras soluções mais poderosas.

Lembro-me de em 2013 ter comprado umas outras luzes LED com uma luz CREE Q5, com supostamente 240 lumens e com umas baterias especiais 18650 (são umas baterias com a forma das AA, mas um bom bocado maiores e com 3.6v de potência nominal, que, quando carregadas no máximo têm 4.2v). Este tipo de luzes tem 3 modos de potência (económico, médio e forte) e um quarto modo de funcionamento em que piscam com a frequência do S.O.S.. Para seleccionar o modo desejado, basta pressionar o botão que existe na base da lanterna.

Estas luzes têm vários problemas, na minha opinião: têm uma lente com uma má qualidade e espalham demasiado a luz, não focando o que é preciso (a estrada) e cegando quem vem em sentido contrário. Não servem, por exemplo, para se perceber se há um buraco ou alguma irregularidade na estrada. Na minha opinião a luz treme bastante nos modos de potência fraco e intermédio gerando até alguma confusão.



Adicionalmente, no caso do meu par de lanternas, a lente de uma derreteu com o calor gerado pelo LED: a trepidação da bicicleta deslocou-o e este encostou-se à lente, derretendo-a... Para além disso,  algumas baterias 18650 são de pouca qualidade e, apesar de todo o meu cuidado, algumas ficaram danificadas ao fim de algumas utilizações! Estou em crer que isto poderá ter acontecido porque as lanternas não têm um sistema que proteja as baterias de uma descarga excessiva e eu poderei tê-las deixado acesas abaixo do limiar de segurança das baterias.



Para além disso, enquanto aquelas luzes eram utilizadas, era muito comum ficar sem bateria no caminho ou ter algum tipo de avaria técnica.


Neste  vídeo estou a utilizar as duas lanternas: uma está visível no vídeo e 
a outra está no guiador, perto da câmara de filmar

Há também estas luzes que um amigo meu tem utilizado e acha bastante boas, quer em termos de luz, quer em termos de duração da bateria:



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Sei que há muitos ciclistas experientes que preferem luzes de bateria relativamente às luzes de dínamo, pelo que estou consciente de que a escolha de sistema de iluminação para a bicicleta é também uma questão de gosto. Há, de facto, luzes de bateria muito boas que duram muito e que têm uma iluminação muito homogénea.

Na próxima mensagem partilharei aqui as luzes que eu estou a utilizar actualmente na bicicleta que utilizo para fazer longas distâncias, de dia e de noite.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Actualização do blog - uma experiência

Encaro esta mensagem como intermédia, ou seja, situada entre dois posts. E publico-a para fazer uma pequena advertência: nalgumas das mensagens que vou publicar posso vir a fazer referência a alguns produtos similares aos que eu utilizo ou já utilizei.

Algumas das fotografias ou referências que farei a esses produtos terão hiperligações (links) associadas que redireccionarão o leitor para lojas como a Amazon ou o Ebay e que lhe permitirão comprar esses produtos.

Eu não os estarei a vender e nem pretendo promovê-los.  Apenas pretendo partilhar convosco a minha experiência e indicar-vos, caso pretendam utilizar um equipamento igual ao meu, um dos locais onde os podem vir a comprar.

Se comprarem algum dos referidos produtos através das hiperligações que eu indico, aqueles sites de vendas não vos cobrarão mais, mas poderão recompensar-me.

É uma experiência que estou disposto a fazer, mas da qual não espero obter qualquer retorno.

Obrigado pela leitura e até ao próximo post!

sexta-feira, 6 de maio de 2016

The Sun Trip (2015) - uma corrida épica com a energia do Sol







Já há algum tempo que me tinha comprometido a publicar uma pequena mensagem sobre a corrida "The Sun Trip".

O prometido é devido e, portanto, aqui está essa mensagem.

O objectivo desta corrida é demonstrar que é possível fazer longas distâncias sem emitir gases com efeito de estufa; que é possível viajar (de bicicleta, no caso) sem que essa viagem tenha qualquer emissão de CO2.

Para tanto, as bicicletas são equipadas com motores eléctricos cujas baterias são alimentadas exclusivamente por painéis solares fotovoltaicos. Se os participantes utilizarem outra fonte de energia eléctrica que não a fotovoltaica, serão desqualificados. 

Para os mais interessados, as regras da edição de 2015 estão aqui.

A edição de 2015 foi um pouco menos épica do que a de 2013, tendo o percurso inicial (de Milão, Itália,  a Astana, Cazaquistão), só de ida, sido substituído por um percurso circular, de Milão até Capadócia, na Turquia, e regresso. Isto num total de 7500 km. 

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Percurso inicial

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Percurso definitivo

A mundialmente famosa Race Across América (RAAM) tem cerca de 4500 km e é feita (não só mas também) por profissionais. Talvez a comparação não seja muito boa... pois na RAAM é suposto que as bicicletas não sejam electricamente assistidas...

Este ano, Bernard Cauquil completou os 7.500 kms em 22 dias! Fez uma média sempre superior a 300km por dia!

A sua bicicleta tinha algumas características muito interessantes: 
     1) era uma reclinada - mais precisamente uma Optima Baron Lowracer;
     2) tinha uma transmissão primária, desde o pedaleiro (pedivela) até um motor eléctrico colocado a meio da transmissão; e 
     3) depois tinha uma segunda corrente que partia desse motor eléctrico para um cubo de mudanças internas de variação contínua - pelo que percebo, um NuVinci.

Esta solução é engraçadíssima, não só porque o motor utilizado era de eixo (hub motor) e estava a ser utilizado como se fosse um mid-drive (motor que se situa na transmissão, entre os pedais e a roda motriz) que foi adaptado para ficar naquela localização, mas também porque o cubo de mudanças atrás não tem propriamente velocidades separadas umas das outras, sendo muito mais suave: tem uma lógica de funcionamento muito parecida com a "caixa de velocidades" das aceleras, em que há um variador contínuo que transmite a rotação do motor à roda de forma progressiva.

Nesta foto disponível no sítio oficial do The Sun Trip conseguem ver bem ao que me refiro:

Bicicleta vencedora

Fica aqui um vídeo de toda a prova (também disponível para compra através do Vimeo ou em DVD), para vosso gáudio.



Low Altitude Flying