Veja-se, por exemplo, a minha própria situação. Vivendo a cerca de 55 km do meu emprego, e tendo garagem tanto em casa como no escritório, ia todos os dias para o trabalho de automóvel. Demorava entre 45 minutos e 1h15, dependendo do trânsito.
Na altura, o custo de uma viagem de ida e volta (incluindo portagens, gasóleo, custo relativo das revisões e mudanças de pneus e o desgaste do carro) era de cerca de € 17,60. Senão, vejamos:
- PORTAGENS:
- portagens - € 2,35 x 2 = € 4,70;
- COMBUSTÍVEL:
- consumo médio do automóvel - 6,5 litros por cada 100 kms;
- custo do litro de gasóleo - € 1,45
- custo de cada viagem diária - (€ 1,45 x 6,5) : 100 x 110 = € 10,37
- PNEUS:
- quilometragem média de cada conjunto de 4 pneus - 50.000 km;
- custo de cada conjunto de 4 pneus - € 400,00;
- custo de cada km - (€ 400,00 : 50.000) = € 0,008;
- custo de cada viagem diária - € 0,88;
- QUOTA-PARTE RELATIVA A REVISÃO DO AUTOMÓVEL:
- periodicidade das revisões - 30.000 km;
- valor médio das revisões - € 450,00;
- custo de cada km - (€ 450,00 : 30.000) = € 0,015;
- custo de cada viagem diária - € 1,65.
Note-se que nestes cálculos simples não considerei qualquer valor relativo ao seguro anual nem ao (eventual) pagamento da própria aquisição do automóvel, pois para mim este continua a ser imprescindível.
No entanto, para quem tenha a hipótese de dispensar o automóvel, poderá/deverá acrescer àquele valor poupado a desvalorização do próprio automóvel decorrente do com o simples passar do tempo e da quilometragem efectuada com o mesmo.
Tendo por base aqueles valores que acima deixei identificados, e assumindo que a maioria dos meses têm 22 dias úteis, o gasto que eu realizava por ir de automóvel para o trabalho era de € 374,00 por mês. Isso significa que num ano, com um mês de férias, eu gastaria € 4.114,00 (€ 374,00 x 11).
Ao ir de bicicleta e autocarro para o trabalho passei a demorar sempre 1 hora, mas não poupei a totalidade dos referidos € 374,00 por mês: há que contabilizar o passe e (eventualmente) a própria bicicleta.
Assim, consideremos os seguintes valores diários:
- PASSE:
- valor do passe mensal - € 132,30;
- BICICLETA:
- AQUISIÇÃO:
- custo de aquisição da bicicleta - € 320,00;
- quilometragem esperada - 10.000 km (pelo menos);
- valor máximo a considerar por km - (€ 320 : 10.000) = € 0,032;
- distância diária média percorrida de bicicleta - 8 km;
- custo de cada viagem diária em termos de desgaste da bicicleta - € 0,25;
- MANUTENÇÃO:
- gastos (dados empíricos) ao fim de 1.000 kms percorridos: 1 pneu - € 25,00
- custo médio de cada km em termos de manutenção - (€ 25,00 : 1.000) = € 0,025;
- custo de cada viagem diária em termos de manutenção - € 0,20;
O valor mensal da utilização da bicicleta e do autocarro é de € 142,20, pois:
((€ 0,25 + € 0,20) x 22) + € 132,30)
Em conclusão, a poupança mensal é de € 231,60!
A este valor ainda poderia acrescer o do ginásio o qual, por desnecessidade óbvia, deixou de fazer sentido. Ora, sabendo que os ginásios podem custar cerca de € 60,00 por mês, a poupança global pode ser de tal maneira significativa que o investimento feito na bicicleta é praticamente todo recuperado num único mês.
Aqui fica o repto: tendo compreendido os cálculos que acima deixei explicados, quanto é que a leitora ou o leitor poderiam poupar?